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O tempo que foge

O tempo està à nossa disposição, mas é ele que dispõe de nós – por isso, estabelecer com ele uma relação de paz é um ato de sabedoria. Sentir e medir o tempo são aparentados, pois ambos nos permitem perceber seu andar ininterrupto. Como? Bem, sentir e medir o passar das horas são iniciativas uteis, pois nos ajudam a decidir o que faremos com o tempo que dispomos. Assim, nossa paz com o tempo será diretamente proporcional à paz que estabelecemos com nossas escolhas e nossas decisões. E essas são relativas ao valor de cada uma.

O cientista inglês Stephen Hawking que ocupa na Universidade de Cambridge a mesma cadeira que já foi ocupada por Newton, escreveu um livro chamado Uma Breve História do Tempo. Em dado momento, em meio a intrincados conceitos científicos, ele pondera que o tempo tem de ser analisado a partir de três setas: a cosmológica, que explica a expansão do Universo, a termodinâmica, que explica a modificação constante das coisas, e a psicológica.

Sim, o físico mais importante da atualidade não consegue analisar os fatos do tempo sem recorrer à psicologia. Os enigmas intrincados da matéria relacionam-se com os mistérios do tempo desde sempre, mas quando o homem passou a protagonizar essa peça no palco do Universo, seus pensamentos e sentimentos acrescentaram novos ingredientes ao roteiro, às vezes de comédia, às vezes de tragédia.

A maior contribuição da física nesse assunto é a ideia da relatividade. As sofisticadas descobertas de Einstein sobre a velocidade da luz nos levaram a abandonar a ideia de tempo único e absoluto. Então “o tempo se tornou um conceito mais pessoal, relativo ao observador que está medindo”, diz Hawking. Nossa relação com o tempo se faz a partir de nossos valores, opções, decisões e culpa. É o tempo psicológico. Eu dedico mais tempo àquilo que tem mais valor para mim. O problema é conhecer meus valores.

Texto retirado do livro “A vida é cheia de curvas” de Eugenio Mussak